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Workshop de Primavera, Março de 2011, Porto





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Diz quem frequentou ...



Havia uma pontinha de inveja ao ver o trabalho de fotojornalistas com quem trabalho frequentemente. Admito. Diz-se inveja e uma nuvem cinzenta parece cobrir tudo: mas que chamar àquela sensação do 'quem me dera fazer isto', 'como é que ele consegue fazer aquilo?!'. É inevitável: quem tem a sorte de trabalhar com os melhores tem o azar (achava eu) de se saber demasiado pequena. O Ricardo tinha sido um desses "faz inveja" e, quando soube do workshop que ele estava a programar, não hesitei um segundo.

Câmara comprada, inscrição feita, dia 1 do workshop. Percepção imediata: tudo é infinitamente mais complicado do que aquilo que parece. Percepção seguinte: tudo é ainda mais fascinante do que parece. Para mim, o mais importante no final das três sessões, foi a forma como me pôs a fotografar mentalmente onde quer que estivesse (sim, o barulhinho do disparo tem o seu quê de viciante e, mesmo sem máquina na mão, ganhamos aquela mania de recortar o mundo num rectângulo a toda a hora).

Do grupo que se juntou, com experiências e objectivos completamente diferentes, o workshop conseguiu extrair diferentes formas de olhar e explicar a fotografia. E essa diferença, juntamente com o ambiente informal, foi, sem dúvida, uma mais-valia. A carga teórica imposta não foi alem do essencial e a ânsia de fotografar é completamente satisfeita logo no primeiro dia. Erros e mais erros, claro está, mas com resposta imediata e personalizada. Reduzir velocidade, abrir obturador, trabalhar com o ISO... Nomes complicados, mas perceptíveis. Correcção: quem tem a sorte de trabalhar com os melhores, tem a sorte de querer sempre aprender mais.

Mariana Correia Pinto - Jornalista PÚBLICO


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Num ambiente descontraído, este workshop teve a capacidade de unir um grupo heterogéneo no conhecimento da fotografia, permitindo a partilha de diferentes formas de olhar, técnica, estética e prática, sempre com uma atenção personalizada às dúvidas que iam surgindo à medida que a informação avançava.

Houve, nestas sessões, uma troca informal mas sistematizada de ideias, promovendo o diálogo, muitas vezes até com uma certa espontaneidade para adaptar à nossa ânsia de saber, desfazendo equívocos. Com um grupo tão diferente houve a capacidade de "calibrar" conhecimento.


Mas mais do que uma mera passagem de conceitos, este workshop valeu pela partilha da experiência do Ricardo enquanto fotojornalista que adapta a forma como ensina à realidade profissional: resolução de problemas técnicos (como e em que circunstâncias usar uma lente fixa, por exemplo, no caso Fátima Felgueiras; questões éticas e morais (no registo de retratos, por e.g.); erros cometidos no passado e que devemos evitar; dicas de trabalho e modos de abordagem; histórias profissionais. Depois isto: uma análise individual às imagens que registamos, apontando melhorias, valorização e como nos aproximarmos de uma abordagem mais profissional. E esta atenção é contínua pois, mesmo depois do workshop, ele continua a desafiar-nos.

Vanessa Rodrigues - Jornalista Freelancer


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Um Workshop bem estruturado e com excelente suporte visual, indicado para quem está a dar os primeiros passos na fotografia, ou para o amador já experiente que procure as primeiras bases em termos de tratamento e manipulação digital.

O equilíbrio entre teoria, prática e visionamento de exemplos, foi, na minha opinião, perfeito.

Em termos de experiência pessoal, foram 3 dias a respirar fotografia, com o bónus da companhia excelente (e competente) e do cenário inspirador que é o centro desta nossa cidade.

Miguel Zenha Freitas - Analista de crédito corporate


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Como jornalista, tenho tido o privilégio de trabalhar com alguns dos mais talentosos fotógrafos deste país e, com eles, tenho tentado aprender alguma coisa sobre fotografia. A tarefa nem sempre é fácil, porque a vontade de aprender esbarra muitas vezes na linguagem técnica que acaba por desmotivar quem, como eu, pouco sabe sobre fotografia. Mas o Ricardo pertence a uma rara categoria de fotógrafos: o seu talento é indiscutível, mas encontra igual expressão na disponibilidade de ensinar e transmitir conhecimento a quem tem curiosidade de saber mais sobre esta arte de captar imagens belas e com significado. Fá-lo de uma forma que nos cativa, como só uma pessoa apaixonada pelo que faz poderia fazer, e, sobretudo, torna fácil o entendimento de técnicas e linguagens que parecem tão complexas. Depois de mais de uma década de jornalismo, de ter convivido com dezenas de fotógrafos, sei finalmente o que é o ISO. Afinal, até era fácil perceber. Se ao menos tivesse havido antes alguém que o soubesse explicar…

Nelson Marques – Jornalista Expresso




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Aprender técnicas para capturar melhor certos momentos que nunca mais voltarão a acontecer, porque serão sempre o já-foi-nunca-mais-repetido: era esse o meu objectivo, foi isso que consegui ao participar no Workshop do Ricardo. Dominar a máquina e saber exactamente o que fazer, e em que momento fazer, é essencial para se obter uma boa fotografia. Aprender esse domínio num ambiente acolhedor, onde existiu espaço para a liberdade de fotografar a cada instante (com apoio técnico momentâneo) foi fundamental para que eu pudesse adquirir, de forma criativa e natural, os conhecimentos necessário para capturar com eficácia excelentes imagens. E esse momento de aprendizagem eu gostaria que não fosse o “já-foi-nunca-mais-repetido”. Uma outra (nova) experiência aconselha-se!

Uliana de Castro - Jornalista Fábrica de Conteúdos




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O que se foi fotografando...